O Bloco tornou-se uma nova realidade política e evolui para outros desafios. Novos aderentes e novas sensibilidades se irão aproximar e novas solicitações irão surgir, com tudo o que de positivo e negativo isso possa envolver. O que se impõe, agora, é ajudar o Bloco a fazer uma boa aplicação da sua linha política, retirando dela todas as potencialidades, contribuindo para o enraizamento social do partido, evitando pressões de integração institucional ou reformistas e assegurando uma boa articulação com as lutas.
Hoje, a intervenção no partido só pode resultar da participação nestas novas tarefas, nos órgãos, na intervenção nas diferentes interfaces com a sociedade ou nos movimentos sociais. Precisamos de mobilizar todas as energias, toda a capacidade de influência, auxiliando o Bloco a converter a audiência política que conquistou numa verdadeira implantação social própria de um partido de massas.
No plano internacional, a situação atual tem algumas semelhanças com o que aconteceu nos anos 20 e 30 na emergência de crises económicas, na erosão dos regimes parlamentares e no aparecimento da extrema-direita, mas comporta também diferenças. Hoje não há crises revolucionárias ou pré revolucionárias no horizonte, a queda do Muro de Berlim consumou uma retração da esquerda e um refluxo prolongado do movimento dos trabalhadores. Perante a delicadeza deste ciclo político exige-se uma grande contribuição para o acerto da orientação política e da intervenção.
Os subscritores desta plataforma convidam quem se identificar com os princípios gerais enunciados a colaborar na criação de uma Rede de Ativistas para Debate, Ação e Reflexão (RADAR) para lutar pelo socialismo. Alguns de nós estiveram na ex Moção B, na Plataforma 2014 e na Plataforma por Um Novo Curso do Bloco de Esquerda e reconhecem-se nas ideias defendidas no passado. Mas, neste novo ciclo todas e todos seremos úteis para executar as tarefas que se impõem.
